3 de agosto de 2012

[Resenha] Entre a vida e a morte sobra tempo para metáforas?

Olá pessoal! Hoje eu trago uma resenha de um livro que eu ganhei no top comentarista no blog Murmúrios Pessoais da Gleice Couto. O livro se chama "Sangue Quente" e está sendo produzido um filme baseado nele, que vai ser exibido em fevereiro de 2013.

Sinopse:


R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.



Resenha:

Eu demorei para começar a ler "Sangue Quente", simplesmente pelo fato de morrer de medo de zumbis, mas um belo dia eu fui lá, com a cara e a coragem, e me apaixonei pela história. Logo de início o leitor é apresentado a "R", um zumbi em crise por causa da sua condição e que é diferente dos outros, ele pensa e tem sentimentos, como qualquer "mortal".
É interessante ver o mundo da forma que ele enxerga, e muitas vezes durante a leitura eu me identifiquei com ele (não na parte de comer cérebro e pessoas vivas, claro). Seus pensamentos, reflexões e, consequentemente, a sua busca por sua verdadeira identidade refletem o misto de confusão e curiosidade presente na maioria das pessoas, independentemente da idade.
Uma outra coisa que o livro nos mostra é a convivência entre os zumbis, coisa que eu não tinha visto até ler "Sangue Quente". O melhor amigo de R, chamado M, também não se lembra de nada de sua vida antes de morrer, e eles passam muito tempo tentando se lembrar do que eram antes.
Quando R conhece Julie tudo muda em sua vida, é muito legal ver como ele muda por dentro e por fora. O relacionamento dos dois é muito bonito de se ver, não é forçado e muito menos tem o teor sexual tão pregado atualmente, e Julie é uma garota surpreendente, ela é forte e não se esconde do perigo. Ela é a mocinha da história, mas não se faz de vítima em momento nenhum.

"E você é a parte mais maluca disso tudo, R. Às vezes eu mal acredito que você é um zumbi. Penso que você só está usando maquiagem de cinema. Porque quando você sorri... fica bem difícil de acreditar que é um zumbi."

O relacionamento de Julie com seu pai é conturbado, e mostra o que todos nós temos de pior em frente a uma crise. O pai dela é o principal obstáculo na mudança de R, e grande parte da história gira em torno disso, R e Julie tendo que enfrentar o pai dela.
Outro ponto forte na história é a presença de artistas consagrados, como Frank Sinatra e The Beatles. A minha parte favorita no livro é quando R cita uma parte da música "Hello, Goodbye": "I don't know why you say goodbye, I say hello." que nas palavras de R sai: "Não sei porque você... diz adeus. Eu digo... olá.", é uma parte emocionante do livro, que eu não vou revelar e deixa vocês na curiosidade.
O livro é dividido em três partes, que são denominadas como passos e isso já deixa claro no início da história o quanto R é diferente. Agora uma coisa que muitos dizem e que não é verdade, é que "Sangue Quente" é o Crepúsculo dos zumbis. Tudo bem que a história não se parece nada com as de zumbis que existem por aí, mas gente comparar com Crepúsculo é o fim do mundo.
A diagramação do livro é muito boa, a capa é complexa, mas quando eu cheguei no final do livro pude entender a relação da capa e da história. Cada início de capítulo mostra partes do corpo, como músculos, etc.
Isaac Marion conseguiu escrever uma história cheia de emoção, conflitos existências e, pela primeira vez na vida me fez parar e refletir, o que eu sou de verdade? Sangue Quente é um livro de zumbis, cheio de metáforas e questionamentos sobre a vida. Sou obrigada a concordar com Stephenie Meyer quando ela diz: "[...] Fiquei pensando na história muito tempo depois de acabar de ler o livro.". 

Autor: Isaac Marion
Editora: LeYa
Ano: 2010
Páginas:  252
Valor: R$20,00 a R$35,00
Avaliação: Excelente!


3 comentários:

  1. Esse livro é LINDO. Um dos meus xodós. E realmente não tem como comparar com Crepúsculo, essa história tem mt mais a oferecer... E a pensar. Tanto que foi parar na minha terapia. hahahha AMO. Assim como adorei a resenha e concordo com o que vc disse em tudo! *O*
    Ai, fico tão feliz qd as pessoas gostam dos livros que indico! :D HAHAHHAHA
    Beijooooooooooooos

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  2. Estou com um certo preconceito com esse livro por que estou achando ele meio parecido com Crepúsculo. Mas depois que li sua resenha, vi que ele parece ser interessante e to rindo de todo zumbi ser chamado pela inicial R e M. haha. Pai da Julie é bobo, não adianta segurar a filha por causa das diferenças. Boa Resenha.

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    1. Todo mundo que leu a sinopse achou parecido com "Crepúsculo", mas o livro vai muito além do relacionamento de um zumbi com uma humana.
      O livro é divertido, tem umas partes que você ri mesmo, vale a pena ler.

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