8 de maio de 2017

Sobre tempo, mudanças e perspectivas (ou a falta delas)

Ei, povo!

Novamente volto de mãos vazias e pedindo desculpas pelo afastamento. Há 7 anos eu começava o blog, com outro nome, com outra mentalidade, enfim, o momento era outro. Estava eu na metade do meu último ano do ensino médio, enfrentando a crise adolescente que todo mundo tem de "que que eu vou fazer da minha vida?" e carregando as bads que só relacionamentos complicados trazem. Hoje eu já tô formada na faculdade, mas o resto? Continua exatamente a mesma coisa.

O que não quer dizer que nada tenha mudado. A Ananda de 23 anos tá bem diferente da de 16. E não só fisicamente. Consegui me libertar, pouco a pouco, das amarras de algo que não me fazia bem. Ainda tenho meus momentos de querer me jogar num canto e só chorar, acho que isso nunca vai mudar com os anos, mas boa parte do que não estava legal na minha vida se foi.



E isso é um dos motivos pelo qual o blog morreu um pouco. Eu sempre coloquei em todos os lugares que o blog funcionava como um escape, uma fuga. A justificativa, na maioria das vezes, era sobre a faculdade. Mas no fundo eu sabia que a resposta não era assim. O Carpe Diem (pra quem não sabe, antigo nome do Entrelinhas) nasceu como um diário que só um número bem pequeno de pessoas sabia. Eu tinha a liberdade de escrever (e jogar umas indiretas, pra que negar né?) sem precisar encarar um retorno. E se engana quem pensa que era somente sobre relacionamentos, embora a maioria seja. Eu encontrava neste espaço um lugar pra despejar todo o meu cansaço de enfrentar esse mundão.

Pode parecer besteira, mas a vida aos 16 anos é muito dura. Você tem que decidir o seu futuro ali e ainda assim, o futuro muda toda hora. A maioria dos meus posts era sobre escolhas. Eu nunca fui boa em escolher, sempre pensei demais e sempre fiquei com a sensação de que o outro caminho teria sido melhor, mais fácil talvez. As muitas reflexões que eu fiz durante o último ano me fizeram notar que eu acerto na maioria das vezes, mas levo tempo pra processar.

Outro "defeito" que eu tenho é de fazer muitos planos e surtar quando eles não saem do jeito que eu queria. Ou ficar colocando obstáculos. Ou até mesmo ficar planejando demais e fazendo de menos. E daí o que acontece? Eu não vivo.

Eu sempre coloco nas minhas metas de início de ano para viver mais. Tipo aquela história do "vamo?" e as vezes eu até quero ir, mas sempre tem uma voz no fundo da minha mente que fica me mando analisar todas as possibilidades. Acho que eu meio que criei um sistema de autodefesa após quebrar a cara tantas vezes. O negócio é que isso atrapalha e eu chego no final do ano e fico: mas já acabou e eu nem fiz nada.

Enfim, tô divagando e chegando a lugar nenhum. Mas esse post não tinha propósito mesmo. O negócio é que eu mudei, o tempo passou, minhas prioridades mudaram e no momento eu tô na crise pós faculdade sem saber o que fazer da vida. No final do ano passado eu fiz uma série de tweets sobre como 2016 foi um ano, apesar dos pesares, muito bom pra mim. E isso que me faz levantar a cabeça todo dia e seguir em frente, mesmo que a vontade seja a de agir como há 7 anos.